Café Econômico

Afinal, seria Lula o favorito do mercado?

Congresso majoritariamente liberal agrada o mercado

As eleições para presidente foram acirradas, todos os dos candidatos tem potencial de levar o segundo turno e agora a concentração de discussão na eleição presidencial, fará efeito. Lula vai concentrar em SP, e Bolsonaro ser mais calmo para agradar os indecisos. O que podemos aprender com essa última votação?

  • As pesquisas falham. Falamos bastante sobre isso aqui, ela foi precisa em representar os votos do Lula mas inflou de governadores em todos os estados. Os institutos de pesquisas saíram mais desmoralizados e desacreditados do que em 2018.
  • O Brasil está ficando conservador em política públicas e liberal econômico. Deputados que defenderam a mesma pauta do atual presidente mas soube “falar com o povo” criou empatia e ganhou com tranquilidade. Foi assim com o deputado federal mais votado Nikolas de Minas Gerais que acumulou quase 1,5 milhão de votos, o quarto mais votado da história e tem um discurso radical a família tradicional e economicamente liberal. Muitos ministros do atual governo e governadores que se colocaram longe do PT tiveram vitória fácil do centro oeste para o sul do pais. Em Minas, chama a atenção o caso do Zema, que se declara anti-petista, mas não se associou a Bolsonaro e ganhou fácil no primeiro turno, mesmo Lula tendo ganhado mais votos para presidência.
  • A Direita não se sente completamente representada. O Brasil historicamente não é radical e o passado mostra que esse discurso não funciona. O brasileiro é pacífico de natureza, nem nossa proclamação de independência teve guerra e nunca tentamos tirar os portugueses daqui. Em 1994 e 1998 Lula perdeu as eleições para o FHC pois tinha um discurso de ódio e radicalismo. Em 2002 foi eleito um “Lula paz e amor”. Existe um forte sentimento anti-petismo no Brasil, mas o Bolsonaro precisa ser mais moderado para alcançar essas fatia de votos que lhe resta.
  • Mesmo que Lula vença, não terá um congresso para lhe apoiar. Esse é na essência a grande alegria do mercado. Um congresso mais centro direita, fará forte oposição a Lula caso ele vença o que naturalmente tirará muito de seu poder e ímpeto radical. Se Bolsonaro vencer, terá um congresso mais liberal para avançar com melhores medidas econômicas, o cenário do menos pior deixou de existir e passa para o menos bom.

Mudança de rota nas eleições presidenciais

Lula que tem um desafeto grande da população, vem levantando a bandeira de que as eleições não são ideológicos, e prometeu um “Lulinha paz e amor” para conversar com todo mundo e unir um bloco só de “democratas e não democratas”. A aposta do Lula em vir mais para centro é, sabendo que a esquerda radical não teria outra opção, é induzida a votar nele ao mesmo tempo que ao discursar para o centro, desagrada sua base.

Já Bolsonaro foca agora em propostas e economia e tentará ser menos agressivo e radical, focando mais em propostas que foi a grande crítica que recebeu no primeiro turno. A economia está indo bem, está se recuperando enquanto o mundo passa por uma tempestade, ele tem desemprego em queda, juros e inflação controlada e plano de privatização para levantar como bandeira.

Nos EUA o mercado doura a pílula

Depois de na sexta feira romper mínima o SP&500, o mercado por lá se anima com a possiblidade do BC estabilizar o juros, não subir tanto ou antecipar o programa de corte nos juros. Baseado no que o próprio mercado quer ler, ou interpretar porque nada foi falado a respeito disso claramente, muito pelo contrário. Outros analistas já sinalizam que e é só uma possiblidade de compra mais barata para realizar um médio nos preços antes de uma correção mais profunda.

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