Café Econômico

Brincando com fogo

Em uma ligação por telefone entre Biden e Xi Jinping, o presidente chinês disse que "quem brincar com fogo será queimado" e que "salvaguardaria resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial da China".

Economia:

Amanhã o Banco Central brasileiro subirá a taxa básica de juros de 13,25% para 13,75%. O questionamento que fica é: qual será o discurso do banco central sobre a próxima reunião? Haverá um novo reajuste para cima nos juros ainda esse ano, ou finalizamos o ciclo de aperto monetário?

Olhando para o cenário internacional, não há justificativas para uma nova alta nos juros, mas olhando internamente, inflação e irresponsabilidade fiscal do governo, já existem motivos para subir o juros novamente.

Se o BC interpretar que o cenário internacional de recessão nos EUA e na Europa e a desaceleração da China são mais relevantes para a política monetária, então encerraremos o ciclo.

Internacional:

No cenário internacional o que temos de mais relevante é “visita surpresa” de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos EUA, a Taiwan, o que aumenta a escalada da tensão entre China e EUA.

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia e os países do Ocidente ficaram “omissos” militarmente, a China passou a sondar possibilidades de invadir Taiwan, e retomar o controle da ilha pelos EUA.

Ou seja, invadir Taiwan é o mesmo que invadir um pedaço do território americano, na expectativa de que não haja nenhum tipo de ofensiva direta à China.

Em uma ligação por telefone entre Biden e Xi Jinping, o presidente chinês disse que “quem brincar com fogo será queimado” e que “salvaguardaria resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial da China”.

Por esses motivos, a visita de Nancy Pelosi foi interpretada como “provocativa” pela diplomacia chinesa, inclusive, tiveram protestos essa semana em Taiwan, pela população chinesa pedindo que Nancy Pelosi não vá até lá para não agravar gerar conflitos.

Essa situação está sendo acompanhada bem de perto pelo mercado, pois qualquer indícios de um conflito entre EUA e China seria um caos em todo o mundo.

Bovespa:

A bolsa ontem fechou em queda de 0,9%, aos 102.225 pontos, com giro de R$23,4 bilhões, volume relativamente baixo, mas acima da média de julho.

As commodities foram as vilãs do mercado ontem, com a surpresa negativa do PMI industrial da China em contração. As ações das mineradoras e siderúrgicas caíram em bloco. Petrobrás também caiu em torno de 1,3% puxada pela queda do petróleo de mais de 4% e furando novamente para baixo os 100 dólares por barril.

A queda do petroleo se deu não somente pela desaceleração da China, mas também na Zona do Euro, EUA e Japão. O aumento da oferta de barris da Líbia também pesou.

As apostas de um FED menos agressivo de setembro em diante, que parece ser mais uma esperança/desejo do que uma certeza, coloca em evidência o fluxo de capital externo aos emergentes.

A rotina de acompanhar os informes diários da B3 sobre o capital estrangeiro volta a assumir um certo protagonismo para os investidores, principalmente para os ativos de risco, que estão bem depreciados aqui no Brasil.

Hoje sai o último relatório de fluxo do mês de julho, mas até agora o saldo é positivo, com entrada de R$1,5 bilhão na B3.

Dólar

O dólar operou dividido entre a queda da moeda americana em escala global e a queda do petróleo, ruim para o real. Entre um e outro, o dólar fechou estável, com alta de 0,08%, a R$5,18.

O câmbio provavelmente irá aguardar o Copom de amanhã sobre os juros e o payroll de sexta-feira.

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