Com o conflito no Oriente o petróleo deve subir, e isso pode ser muito bom!

Vimos recentemente uma escalada dos conflitos do Irã e EUA com a morte  do major-general Qasem Soleimani, de 62 anos no Iraque logo no início do ano (se você quiser saber mais detalhes sobre o acontecimento, fizemos um vídeo explicativo dos impactos nos seus investimentos. Clique aqui para assisti-lo).

Com esse conflito todo no Oriente Médio e o Irã ameaçando bloquear o estreito do Ormuz onde passa entre 30% a 40% da produção de petróleo do mundo, hã um grande risco de faltar petróleo no mundo e se isso acontecer o preço da commoditie vai disparar e isso pode ser bom, no longo prazo. Entenda o porque.

Vamos falar primeiro dos riscos do valor do petróleo subir.

1. Gasolina mais cara. Sabemos que a Petrobrás, mesmo com sua produção nacional tem o considera o preço internacional para distribuir o combustível nas bombas, ou seja, se o preço do óleo sobe, a gasolina vai ficar mais cara. Antes do conflito o preço do barril WTI era cotado a 59 dólares, agora está a 64 quando esse artigo é escrito e se chegar 70 começa a gerar riscos inflacionários.

2. Inflação sobe. Transporte representa mais de 20% do índice de inflação oficial o IPCA, e se o combustível fica mais caro, tudo que depende de transporte fica mais caro junto, como por exemplo, alimentos que tem o maior peso na equação do calculo do indicador.

3. Aumento da taxa de juros. Se a inflação sobe o principal remédio contra ela é o aumento da taxa de juros. Pode parecer perverso, mas é a realidade. Se o preço das coisas sobem e as pessoas continuam consumindo ao ponto do preço não cair pelo equilíbrio do mercado, é necessário que o governo eleve a taxa de juros de forma a diminuir a oferta de dinheiro no país para que a escassez de moeda diminua o consumo e consequentemente a inflação caia por reflexo da redução dos preços.

4. Ciclo de recessão. Inflação alta, taxa de juros elevada esfria a economia, fazendo as empresas faturarem menos, consequentemente seu valor de mercado diminui, ações caem e os grandes empresários preferem investir seu dinheiro na renda fixa com alta rentabilidade do que expandir seus negócios gerando desemprego e criando um ciclo perverso na economia.

5. Intervenção do Governo. Expus acima os principais problemas econômicos que o Petróleo pode gerar, então é natural sugerir que o governo, como principal acionista da Petrobrás, abrisse mão de parte do lucro e mantivesse os preços inalterados do combustível, certo? Errado! O governo Lula e Dilma tentaram fazer isso por um bom tempo, ao tentar maquiar a inflação, acabou gerando um problema muito maior e deixou a inflação a níveis quase incontroláveis e gerou a prior crise moderna do nosso país que foi de 2014 a 2017.

Uau!! Se tudo isso acontecer, seria uma catástrofe, mas nesse mar de problemas (desenhei o pior cenário para que ficasse claro o impacto e suas consequências) quero mostrar que nem tudo pode ser tão ruim quanto parece, basta que a crise no Oriente Médio tome grandes proporções.

Segundo o diretor da ANP (Agencia Nacional do Petróleo) Décio Oddone, o Brasil deve se tornar nos próximos 10 anos um dos 5 maiores exportadores de petróleo do mundo e uma intervenção do governo no intuito de tabelar o preço ou controlar sua cotação está fora de questão e essa elevação momentânea do combustível pode ser sim e muito positiva, ele cita por exemplo em um uma matéria do Jornal Valor Econômico, que “em um ambiente de transição energética, usar recursos adicionais para subsidiar combustível fóssil e dar sinal de preço equivocado para a economia? Há países que fizeram isso. Pergunto se algum deles teve sucesso econômico”.

Depois da crise do petróleo em 1973 e 1979 os EUA deixou de ser importador para ser exportador do óleo e outros países o também fizeram reduzindo assim a demanda do combustível do oriente médio, além disso uma mudança energética já é realidade, cada vez mais países estão investindo em energia renovável, como Eólica, Solar e aqui no Brasil temos ainda boa parte vindo de hidroelétricas.

O Brasil é extremamente forte no agronegócio, a nossa gasolina já possui 27% de etanol e o diesel tem 11% de biodiesel em sua tem uma posição privilegiada para produção de energia solar, talvez seja hora de deixar um pouco esse protecionismo do combustível fóssil e pensar em apoiar e investir nessas novas tecnologias renováveis para que as empresas e industrias sejam menos dependentes do Petróleo.

No Brasil temos várias empresas se destacando nesses setores de energia renovável, veja por exemplo a NeoEnergia (NEOE3) que tem foco em parques eólicos, valorizou 49,58% apenas em 2019, ou a Energisa (ENGIE3), com valorização de 48% ou a Engie (EGIE3), que valorizou 59% com foco em energia solar e biomassa,  e o melhor elas tem capital aberto e você pode se tornar sócio delas e aproveitar essa expansão de mercado para os próximos anos.

Se você ainda não sabe investir em bolsa de valores, veja um de nossos cursos. Se já tem um capital para começar a investir converse com um de nossos assessores de investimentos. O que você não pode fazer é saber disso tudo e não fazer nada.

Vamos transformar crises em oportunidades.

Filipe Rodrigues