Política:
Essa semana ganhou notoriedade uma carta escrita pela Faculdade de Direito da USP denominada “Manifesto pró-democracia” após os sucessivos ataques de Bolsonaro à metodologia das eleições brasileiras com as Urnas eletrônicas.
A carta já conta com a assinatura de apoio de diversos economistas, banqueiros, gestores de fundos e empresários;
Para quem tiver interesse é possível encontrar na internet a íntegra do manisfesto, que será lido no dia 11 de agosto, pelo ex-ministro do STF, Celso de Mello, em um evento a ser realizado no Pátio das Arcádas do Lago do São Francisco, em São Paulo.
Economia:
Ontem saiu o dado do IPCA-15 de junho, que ficou em 0,13%, abaixo da mediana do mercado. Bom seria se esse não fosse um dado maquiado pelas manobras fiscais do governo para melhorar os indicadores em época de eleição.
Com o corte dos impostos, o IPCA fechado do mês de julho projeta resultado negativo, ou seja, deflação. Mas… Como eu já tinha comentado ontem, alimentos e serviços continuaram pressionados. A curva de juros, inicialmente veio para baixo, mas à medida que o pregão se aproximava do fim, as taxas voltaram a fechar nas máximas do dia.
O juros para janeiro de 2023, 2024, 2025, 2029 e 2031 fecharam em alta. Somente o contrato para 2027 fechou com que leve.
O Brasil não é para amadores!
Internacional:
A pauta mais importante hoje é os juros nos EUA. Às 15h o terá a decisão de política monetária nos EUA, e a expectativa do mercado é uma alta de 0,75% nos juros. Uma pequena parcela acredita ainda em um aumento de 1%, um resultado diferente do consenso seria uma baita surpresa.
O suspense maior será às 15:30, quando Jerome Powell, presidente do BC Americano, fará sua declaração ao vivo, que pode causar uma boa reviravolta nos mercados, injetando ânimo inclusive para a bolsa Brasileira.
O melhor do mundos seria ele sinalizar as chances de o FOMC reduzir o ritmo de aumento dos juros, como parte dos investidores já acredita.
A possibilidade de um FED mais agressivo ganhou força há algumas semanas atrás, depois que a inflação de junho foi de mais de 9%, mas o FED conseguiu ajustar a comunicação com o mercado e os ativos estabilizaram.
A queda da gasolina lá nos EUA e a desaceleração econômica consolidaram o movimento mais moderado e deram lugar às especulações de que o FED pode ser mais leve nos juros para evitar a recessão. Aquele “pouso suave” que a gente fala aqui todos os dias.
O que sinceramente é mais uma esperança do que uma convicção dos investidores.
Prova disso é que alguns bancos já começaram a projetar o cenário base dos EUA para 2023 como recessão certa: Citigroup, Wells Fargo, Barclays… Todos já esperam uma contração mais cedo e mais acentuada do que o FED está falando.
E porque isso?
- Bom, o FMI já reduziu a projeção do PIB nos EUA em 2022 para 2%, alertando para risco de cair mais ainda com a guerra da Ucrânia e a desaceleração da China;
- O Relatório de Perspectiva Econômica Mundial, mostra que o aumento de juros sincronizado em vários países é sem precedentes na histórica e que vai pesar no desempenho da atividade global;
- Há quase 12 meses o FED já havia declarado uma vitória contra a inflação e a gente percebe que foi um erro;
- Tem-se os dados fracos da economia americana como o índice de vendas imobiliárias e de confiança do consumidor;
- Temporada de balanços abaixo das expectativas dos investidores.
Ou seja, não faltam motivos para acreditar em uma recessão.
Mais uma vez, faço questão de relembrar da frase de Nathan Rothschild: “Compre ao som dos canhões e venda ao som das trombetas”
Bovespa:
O índice BOVESPA fechou ontem em queda de 0,5%, aos 99.771 pontos, seguindo o mercado internacional de aversão a riscos e com volume cada vez mais baixo, de R$17,4 bilhões, mostrando o desinteresse dos investidores em renda variável.
Ou seja, é um momento interessante de grandes oportunidades na bolsa brasileira.
Petrobras ignorou a queda do petróleo e subiu ancorada na antecipação dos dividendos aos acionistas. Essa estratégia atende ao pedido do governo para que as quatro maiores estatais repassem antecipadamente os proventos e garantam que o governo tenha dinheiro para bancar os excessos de gastos criado pela PEC das bondades.
A queda do Petróleo foi motivada pela crise na Europa e pela decisão dos EUA de liberar reservas estratégicas de 20 milhões de barris para conter a inflação.
Como ontem foi um dia de aversão a riscos e da curva de juros precificando um novo movimento de alta, os setores de consumo e imobiliário foram os que mais sofreram, e os setores de utilities e energia elétrica foram os que menos sofreram.
Dólar
O dólar à vista, contrariou a alta da moeda em todo o mundo e fechou em queda de 0,38% a R$5,35. Já o dólar futuro caiu leve, apenas 0,13%, também a R$5,35.
O dólar vive uma “acomodação” depois de ter subida rapidamente de R$4,70 para R$5,50, em menos de 2 meses. Também existe o possível efeito PTAX para sexta-feira… Não dá para medir exatamente como a briga entre comprados e vendidos vai afetar a cotação do dólar, mas a gente sabe que ela existe e que por enquanto o cenário internacional das commodities tem favorecido os vendidos.