Economia:
Do lado da economia, vale a pena frisar para o início da semana nossos dados de atividade:
- Dólar a R$5,20 e perdendo força no mundo todo com um FED menos agressivo nos juros;
- Auxílio Brasil de R$600 permanente;
- Reversão das medidas de desoneração tributária em 2023;
- Surpresas positivas no mercado de trabalho, com geração de empregos; e
- Índice de desemprego abaixo de 10%, em 9,3%
Desses, o único fator que contribui para a inflação cair é o dólar baixo. Todo o restante, denota uma inflação possivelmente ainda elevada, com maior consumo das famílias.
O mês de julho provavelmente apontará uma deflação, e talvez agosto também aponte um índice negativo, o que alivia o curto prazo, mas como isso é resultado de medidas artificiais, como a redução do ICMS na canetada até o fim de 2022, o cenário mudará completamente de figura em 2023.
As expectativas de inflação para 2023 já subiram de 3,25% para 5,3% no primeiro semestre desse ano, mostrando que o BC não vai conseguir manter a inflação na meta pelo 3º ano consecutivo. Para o fechamento do ano, espera-se uma inflação em trono de 7% e um PIB de 2%.
Esse cenário faz com que o mercado precifique um juro mais alto ainda esse ano, terminando em 14,25%.
Por outro lado, o cenário internacional, com China em baixa atividade e os EUA em possível recessão, os juros aqui no Brasil já está bem próximo do fim do ciclo. O que é ótimo para aproveitar oportunidades de investimento em renda fixa, principalmente em títulos prefixados ou indexados à inflação.
Falando ainda de ICMS, começou a festa!
São Paulo e Piauí conseguiram uma liminar no STF permitindo a compensação imediata do governo federal pelas perdas de arrecadação com a queda do ICMS sobre combustíveis e energia elétrica, Maranhão e Alagoas já tinham obtido decisões semelhantes.
Obviamente, espera-se um efeito cascata dos outros Estados.
Internacional:
Depois que boa parte do mercado interpretou que o FED vai pegar leve nos juros, é bem provável que a gente veja um rali nas bolsas internacionais e também por aqui, nem mesmo a surpresa negativa com a inflação de junho mais alta lá nos EUA fez o investidor mudar de humor.
No mês:
- SP500 subiu 9,11%;
- Dow Jones subiu 6,73%; e
- Nasdaq, 12,35%.
Na Zona do Euro, a inflação anualizada está em 9%, um recorde histórico para a região.
Bovespa:
A bolsa brasileira subiu 0,55% na sexta-feira, fechando o mês com alta de 4,69% aos 103.164 pontos. No ano, o IBOV ainda acumula uma queda de 1,58%.
O mês de julho terminou bem melhor do que começou em função dessa virada de chave dos investidores em relação ao mercado internacional, ignorando os sinais de recessão e indo a favor de um FED mais macio nos juros.
A melhora dos indicadores para 2022 acabou trazendo de volta os investidores internacionais, que fecharam o mês com uma entrada de R$1,55 bilhão na B3 e o volume negociado no último dia do mês disparou para quase R$32 bilhões.
A antecipação dos dividendos da Petrobras repercutiu bem no mercado e fez as ações subirem 5,76%$ para a PN e 6,42% para a ON, ajudando na alta do IBOV.
Outro papel que oscilou bastante foi a Brasken, que teve as negociações suspensas no final do pregão por oscilação máxima permitida pela B3, e disparou mais de 5% por causa de uma informação divulgada no Valor Econômico de que BTG, Unipar e Apollo formalizaram ofertas para comprar a Brasken.
Destaque para essa semana na bolsa é o Bradesco, na 5 Feira à noite, em que deve reportar alta de 4,4% no lucro no segundo trimestre.
Dólar
No dólar, que só oscilava para cima, entrou em uma espiral de queda na semana passada, caiu mais de 6% e zerou a alta do mês, fechando em queda de 1,16%, e ajudando os vendidos no fechamento da PTAX.
O dólar a R$5,18 ajudou a segurar as expectativas de aumento de juros e inflação, mas essa expectativa tem oscilado muito com as incertezas sobre o FED, as ameaças fiscais internas e o fluxo de saída de capital estrangeiro no último trimestre.