Café Econômico

Fake News na Petrobras

As ações da Petrobras entraram em leilão depois de uma notícia falsa que circulou na imprensa de que o Conselho de Administração da Petrobras passaria a determinar os reajustes de combustíveis, no lugar da diretoria.

Política:

O conselho da Petrobras vai se reunir hoje para analisar os números e definir os dividendos que serão pagos aos acionistas, especialmente, o governo, que aguarda ansioso pelo valor, que provavelmente será suficiente para cobrir os gastos extras da PEC das bondades.

A ideia de Guedes e tentar cobrir as despesas que estão fora do teto de gastos para sinalizar algum tipo de “estabilidade” econômica e de respeito à Lei do Teto e de Responsabilidade fiscal.

O custo das medidas eleitoreiras é de quase R$58 bilhões de reais. O governo, já possui em caixa pouco mais de R$45 bi e com os dividendos, deve passar tranquilamente os R$13 bi faltantes. Ainda haverá o recebimento dos dividendos do BNDES e da CAIXA, que farão o superávit primário ser positivo pela primeira vez em 8 anos. Infelizmente, de forma artificial.

Economia:

Hoje temos o indicador do IGP-M , que junto com o IPCA, deve apresentar desaceleração depois da queda dos preços da energia elétrica e dos combustíveis.

O intervalo das projeções para o IGP-M ficam entre 0,13% e 0,75%, com mediana em 0,30% contra 0,60% em Junho.

Outra notícia positiva deve vir com os dados do CAGED às 14h. As medidas de estímulo implementadas pelos governo devem sustentar o saldo positivo no mercado de trabalho formal. Espera-se a criação de 234 mil pontos de trabalho, lembrando que esse dado é referente ao mês de junho.

Por causa do cenário internacional, que falaremos a seguir, os juros futuros operaram em queda em toda a curva, apesar de aas projeções para a Selic terminal terem aumentado para acima dos 14%.

Internacional:

Ontem, Jerome Powell deu motivos para animar os investidores : disse que “provavelmente será apropriado moderar o ritmo do aperto”, sinalizando que a próxima alta dos juros será menor do que foi o patamar atual. Disse também que os juros nos EUA já atingiram o patamar neutro, em que não há nem estímulo e nem contração econômica, e que a política monetária ficará moderadamente restritiva.

As bolsas subiram forte: S&P +2,62% , Dow Jones +1,37% e Nasdaq + 4,06%.

A alta ontem foi de 0,75% nos juros, elevando-o para a faixa entre 2,25% e 2,50% ao ano.

Todas essas observações foram interpretadas como positivas, principalmente para aqueles que não acreditam em uma possível recessão.

Por outro lado, uma parte do mercado focou em outros trechos do depoimento de Jerome Powell, em que ele diz que o mercado de trabalho continua extremamente forte, os salários estão aumentando e a inflação incomumente alta.

Inclusive, durante o pronunciamento, ele disse que o FED pode abandonar a meta de inflação a 2% esse ano, podendo ajusta a política monetária se esse objetivo se mostrar mais difícil. Ou seja, ele pode apertar mais ainda os juros, ou pode deixar frouxo, focando na inflação de 2023.

O mercado ontem resolveu enxergar o copo meio cheio, mas o lado vazio ainda continua vazio.

Ainda hoje temos o dado do PIB dos EUA no 2ºTRI. Se o PIB cumprir a mediana das apostas e vier acima de 0,4%, a economia americana evitará uma recessão técnica.

A recessão técnica ocorre quando o PIB de um país cai por dois trimestres consecutivos, ou seja, 6 meses de queda da atividade econômica.

No primeiro trimestre de 2022, o PIB americano caiu 1,6%, um dado forte.

As estimativas para o indicador vai desde uma queda de 1,5% até crescimento de 1,5%, dependendo de quem está avaliando.

Bovespa:

A bolsa ontem, operou em alta, como já era de se esperar. O índice fechou com 1,67% de alta, nos 101.438 pontos.

O motivo disso foi o otimismo de Nova Iorque,  com as bolsas americanas indo às máximas durante a entrevista do presidente do FED, Jerome Powell. Os setores Imobiliário e Consumo foram os que mais subiram, seguindo a regra da variação inversa com os juros.

Mas tivemos um fato relevante ontem!

As ações da Petrobras entraram em leilão depois de uma notícia falsa que circulou na imprensa de que o Conselho de Administração da Petrobras passaria a determinar os reajustes de combustíveis, no lugar da diretoria.

Essa notícia causou bastante instabilidade até que o mercado percebesse que essa polêmica havia sido implantada q eu não era nada daquilo, as ações entraram em leilão, pouco antes de a empresa conseguir vir a público e esclarecer tudo em fato relevante.

O Conselho informou que decidiu reforçar o controle de governança sobre a diretoria para garantir as regras do PPI (Preço de Paridade de Importação), seguindo o mercado internacional e a cotação do petroleo.

Dessa forma, evita-se, por exemplo, que a empresa fique muito tempo sem reajustar os preços, como aconteceu recentemente, em que o preço negociado pela Petrobras ficou abaixo da cotação internacional por quase 100 dias.

O que o Conselho fez, foi colocar uma camada adicional de governança, uma regra que na verdade já existe, mas que aparentemente não estava sendo seguida… Foi basicamente um enquadramento do Conselho sobre a diretoria da empresa.

Apesar da volatilidade, as ações fecharam positivo em 1,10% a R$31,35 (nas ações preferenciais) e 0,65% de alta, a R$34,01, nas ações ordinárias, preservando a ideia de que a empresa seguirá o PPI.

O petroleo também subiu ontem, diante da queda bem maior que o esperado nos estoques de barris de petróleo nos EUA e a perda do fôlego do dólar com o discurso de Powell.

O Brent subiu 2,22%, a US$101,67 o barril.

Os investidores não se arriscaram com a VALE, que fechou em alta leve de 0,23%, uma vez que é esperado um resultado ruim da empresa com queda expressiva da Receita e dos Lucros.

Dólar

Com o discurso de Powell, o dólar veio para baixo em escala global e melhorou muito a posição dos vendidos para o fechamento da PTAX amanhã.

Se o mercado vai fazer hoje uma outra leitura do FED, incorporando nas negociações as falas mais pesadas, é que ainda veremos… De qualquer forma, a moeda ontem saiu de R$5,34 para R$5,25 uma queda de 1,84% no dólar à vista. Já o dólar futuro, caiu 2,06%.

Só essa semana o dólar à vista já caiu 4,5% e está bem próximo de zerar a alta de julho, está só em 0,31% positivo no mês.

Ainda é necessário esperar o dia de hoje, pós-FED, e o fechamento da PTAX amanhã para ver se o dólar continua em queda na semana que vem, ou se ele retomará o ritmo de alta. Isso será importante para definir se a Bolsa volta a competir pelo fluxo estrangeiro.400

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