Política:
Pressionado pela base eleitoral e também pelas redes sociais, o presidente agiu na contramão do Centrão, seus aliados, e isso pode ser perigoso, pois a agente sabe como o Centrão funciona. Olha só o Twite que o Deputado Marcelo Ramos publicou:
Mesmo nesse período de recesso parlamentar, os ruídos políticos em Brasília não param. Marcelo Ramos realmente investiu contra o presidente a ponto de dar algumas entrevistas agressivas, dizendo que “se a Câmara não colocar limites, Bolsonaro vai marchar sobre a democracia” e estuda um impeachment quando estiver temporariamente como presidente da Câmara (em substituição de arthur Lira).
Enquanto isso, Arthur Lira insiste no semipresidencialismo. Imagina a bagunça: no Brasil já é difícil ter alguém que ao menos possua a alcunha de presidente fazer com que as coisas andem, imagina com diversos parlamentares? Seria bem mais complicado avançar com qualquer reforma.
Outro exemplo de mau uso do dinheiro público está na Manchete do Estadão de hoje: parlamentares estão transferindo recursos das emendas individuais a prefeitos e governadores sem a apresentação de projetos, como um cheque em branco. Assim, eles “garantem” o recebimento do dinheiro sem a necessidade de demonstrar uma possível utilização efetiva.
Ou seja, mais uma vez estamos assistindo a má distribuição e utilização de recursos públicos enquanto ficamos esperando as reformas estruturantes que o brasil tanto precisa, e que também já sabíamos desde Janeiro desse ano que elas não iam sair.
Greve dos Caminhoneiros:
Insatisfeitos com os reajustes dos combustíveis, o fim da isenção do PIS/CONFINS sobre o Diesel e a falta de fiscalização na estradas do piso mínimo de frete, eles avaliam uma paralisação a partir de domingo. Mais um ponto de atenção pra gente acompanhar.
Internacional:
S&P500 reanimou os mercados por um dia, ontem. Com alta de 1,52% praticamente devolveu os exageros de pessimismo da segunda feira.
E o que que mudou então para o mercado ter subido tanto ontem lá fora?
Exatamente, Nada!
O que tende a confirmar cada vez mais que estamos em um processo de realização de lucros, de maior volatilidade e talvez uma tendência à consolidação dos mercados, mas que o cenário de queda forte e reversão da tendência de alta que estamos vendo fique longe de se concretizar.
Bovespa:
Apesar da alta de 1,52% das bolsas americanas, o mercado brasileiro ficou mais travado em função dos ruídos políticos. Além de tudo que já citamos aqui, o mercado não vê com muita tranquilidade o reajuste do Bolsa Família para R$300,00, “no mínimo”.
Bolsa fechou ontem com 0,81% de alta nos 125.400 pontos, com um giro relativamente mais baixo, de R$24,9 bilhões.
Vale soltou um relatório de produção considerado “satisfatório” pelo mercado, e o papel subiu 0,84% ontem.
Petrobras anunciará amanhã o seu relatório de produção e vendas. Após o tombo do Petróleo de quase 7% na segunda, Petro deu uma recuperada nos papeis seguindo à risca a alta do Petróleo de ontem. O anúncio da OPEP+ de elevar a produção em 400 mil bpd a partir de agosto veio em um momento não muito favorável com todas as preocupações em relação à variante Delta.
Já os frigoríficos fecharam em alta forte ontem: JBS com +6,69% , Marfrig +4,24% , BRF com +1,71% e Minerva +1,60%. As ações do setor subiram em função das dificuldades que a China enfrenta em controlar mais um novo surto de peste suína no país.
Já os juros que haviam afundado na segunda-feira mesmo com a arrancada do dólar, ampliaram a queda ontem comportando o risco desinflacionário do relatório Focus. Ou seja, pode ser que o Copom seja menos agressivo na alta das taxas de Juros na próxima seção.
Dólar
Nesse ambiente de instabilidade o dólar caiu muito pouco em relação à alta que teve na segunda-feira.
Depois do subir mais de 2,50% na véspera, o Dólar ontem caiu meros 0,37% refletindo as incertezas do país. O dólar parece ter encontrado um novo range de oscilação entre o 5,00 e o 5,30 e fechou a R$5,20 ontem.