A guerra do juros ou dólar
Parece que a discussão da aumentar meta de inflação para puxar o juros para baixo, teve um desfecho com Haddad dizendo que não irá discutir isso agora. Me parece muito o teatro das tesouras, como disse no café de ontem. Lula compra a briga, queima capital político e Haddad sai fortalecido “pro-mercado”. Nada me tira da cabeça que essa discussão intensa de 15 dias que começou e não saiu do lugar, não passa de um teatro para melhorar a imagem de Haddad.
Na prática, nada mudou, nem mesmo o risco da meta subir, só foi adiada mais para frente. Isso parece pouco, mas em um governo que só gera fumaça e ruído, isso se tornou muita coisa.
Alguns gestores ontem, vieram a público defender uma meta mais alta, juros mais baixos, mas porque isso? Com o juros baixo e o governo sem ajuste fiscal, ou seja, gastando mais do que arrecada, o juros para de compensar como prêmio de risco e o dólar começa a assumir esse papel. O Gestor Xavier da SPX, sempre defendeu um dólar mais alto em suas entrevistas e não é de se assustar, vendo-o, agora, defender uma meta mais elevada.
A guerra do dólar e juros só está começando.
Haddad antecipa para março, proposta de arcabolso fiscal
A outra manobra de Haddad para ganhar um “prestígio” do mercado, foi antecipar a proposta de um novo arcabolso fiscal (reforma tributária) para março de 2023. Nesse ponto, o PT está sendo mais ágil do que o governo passado, que demorou 2 anos para apresentar um proposta, que na prática, só aumenta impostos. O PT não deve ser diferente disso, inclusive, a fala do ministro é de que só não passou no governo anterior porque o Bolsonaro não queria falar de “CPMF”. Aguardem.
Mercado sente alívio sem ajuste de meta no CMN hoje
Com a fala do Haddad, de não se discute juros agora, a bolsa sobe. Não necessariamente por que o cenário mudou, como disse, continua o mesmo de antes, mas com menos ruído e fumaça. Por isso a bolsa sobe.
Cresce nos EUA, aposta de juros em 5,25%
Nos EUA, aumentaram as apostas de um juros vir a 5,25% ainda é minoria, cerca de 18% acreditando nessa possiblidade, mas o que chama a atenção, é que quase todo o restante, os 82% acreditam em um juros de 5%, ou seja, acabou a discussão de um queda nos juros nos EUA por agora.