Café Econômico

“Lula Lá” no primeiro turno?

...O dado mais importante, porém, e que pode agitar esse quadro político eleitoral é a constatação de que 54% das intenções de votos válidos estão no Lula, o que garantiria sua eleição sem a necessidade de segundo turno. 

Política: 

Com 48% das intensões de voto, Lula abriu uma vantagem de 21 pontos sobre Bolsonaro (27%), melhorando seu desempenho nas campanhas. 

O cenário de polarização se manteve consolidade, com o terceiro colocado, Ciro Gomes, somando apenas 7% dos votos.  

A grande vantagem do PT está no Nordeste, com 62% das intenções de voto, sendo grande também entre pessoas  desempregadas, pretas (que se declaram) e católicos. 

Aparentemente o Auxílio Brasil falhou até o momento como estratégia de Bolsonaro para colher dividendos eleitorais. Entre as pessoas que foram entrevistadas pelo DataFolha, apenas 20% declaram terem recebido o auxílio, enquanto 59% já receberam algum tipo de auxílio durante o governo Lula. 

Em relação à rejeição, a vantagem também é do Lula, 33% contra 54% do Bolsonaro. 

Já entre pessoas com renda mensal superior a 10 salários mínimos e empresários, Bolsonaro tem vantagem sobre o Lula. Entre os evangélicos, há um empate técnico. 

O dado mais importante, porém, e que pode agitar esse quadro político eleitoral é a constatação de que 54% das intenções de votos válidos estão no Lula, o que garantiria sua eleição sem a necessidade de segundo turno. 

O grande receio do mercado, caso essa pesquisa se mostre realidade é a radicalização da campanha com Bolsonaro partindo para o tudo ou nada e deixando buracos nos cofres públicos. A própria compensação aos Estados com a redução do ICMS é uma prova de que é melhor empurrar o problema para 2023 do que se arriscar agora. 

Dados da Economia apresentados em Março mostram que os Estados estão com R$172 bilhões em caixa e ao mesmo tempo em que pedem “ajuda de custo” na queda da receita do ICMS aprovam aumento salarial aos servidores. 

Além disso as investidas contra a Petrobras vão se somando… Dessa vez com ameaças de congelar os preços até o fim do ano. O que seria extremamente prejudicial para todos, pois inevitavelmente causaria desabastecimento! 

Outra pauta discutida é uma “Bolsa-Caminhoneiro”, com custo de R$1,5 bilhão em 2022… A justificativa é que seria menos pior do que uma greve. A proposta já tem o apoio de Paulo Guedes. 

Internacional: 

Nos EUA a previsão é de que o núcleo do PCE, índici inflacionário preferido do FED, se mantenha em ritmo de alta, mas desacelere na comparação anualizada. O que seria bem positivo para os mercado! 

Outra notícia positiva, foi o PIB dos Estados Unidos que veio fraco no primeiro tri 22. Tudo é uma questão de perspectiva! 

Apesar de ser um dado naturalmente ruim, mostrando crescimento abaixo das expectativas, isso mostra que a economia está retraindo em 2022, e que o risco inflacionário pode finalmente melhorar no segundo semestre. 

Se a inflação fica controlado, o risco de o FED ter que ser mais agressivo nos juros diminui, o que beneficia os ativos de risco diretamente, inclusive aqui no Brasil, podendo retomar aquele fluxo estrangeiro positivo para a Bolsa, dando uma segurada no dólar e reduzindo nossa inflação sem a necessidade de aumento de juros. 

O medo de um juro a 3% ainda existe, pois seria o maior nos EUA, mas com o PIB fraco e se o PCE de hoje às 09:30 vier dentro ou levemente mais baixo que as expectativas, podemos ter um dia otimista. 

Dow Jones ontem subiu 1,61%, SP 1,99% e Nasdaq 2,68%. 

Bovespa: 

Outro ponto positivo, e que confirma tudo isso, é que o fluxo estrangeiro de terça-feira também veio positivo, já são três pregões seguidos de fluxo positivo, o que nos dá uma justificativa de o dólar estar se mantendo em patamares mais baixos. 

Foi importante para o IBOV não ter ficado de fora da alta de NY, e chegou a testar os 112 mil pontos na máxima intraday, a única ressalva é que o volume foi baixo, em 27 bilhões. 

O IBOV fechou em alta de 1,18% aos 111.889 e teria sido melhor se não fosse a performance negativa das blue chips das commodities. Vale está preocupada com a China e Petrobras com as manobras políticas do governo. 

As maiores perdas vieram das empresas de Energia Elétrica, caindo embloco após o movimento de alta dos últimos dias. Eletrobras reagiu ao atraso no protocola da oferta de ações na CVM, que deve sair hoje. 

Dólar 

O dólar furou os R$4,80 com a redução do ICMS e com a queda da moeda em escala global, retirando as apostas de um aumento de juros de 0,75% lá nos EUA. 

O dólar à vista e o futuro fecharam em R$4,76 ontem, com 1,29% de queda. No DI, todos os contratos caíram e devolveram os prêmios. 

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