Política:
Ontem, José Mauro Coelho é o mais novo ex-presidente da Petrobrás, com apenas 40 dias de mandato. O comunicado veio através do MME e confirmou Caio Mário Paes de Andrade, auxiliar de Paulo Guedes, para assumir a empresa.
No nota no MME, o governo afirma que “renova o compromisso de respeito à governança da Petrobras”, mas certamente isso não é o que o mercado vai achar de mais essa troca, a terceira do Bolsonaro, que já não mostra mais nenhum constrangimento para praticar a interferência política na empresa, fazendo de tudo para impedir novos reajustes dos combustíveis.
E pelo jeito, vai continuar fazendo isso até que alguém sirva de fantoche para ele. E parece o Caio Mário Paes de Andrade já está fazendo a vontade do presidente em uma jogada coordenada com Paulo Guedes.
A ideia é espaçar os reajustes do diesel e da gasolina a cada 100 dias. Se isso vingar, adeus política de paridade!
Ainda, no Estadão, a jornalista Adriana Fernandes escreveu que Afonso Sachsida, ministro de Minas e Energia, vai fazer mudanças no conselho de administração da Petrobras e na diretoria da empresa, abrindo caminho para alternar a forma de reajuste dos preços, como Bolsonaro que.
Economia:
A briga para controlar a inflação está forte!
Poucas horas antes da demissão de José Mauro Coelho, foi anunciada uma nova redução de 10% nas alíquotas de importação para feijão, arroz, carne, massas e materiais de construção, com validade até dezembro de 2023.
Em paralelo, o governo compra briga com os governadores para aprovar hoje um projeto que reduz a 17% a alíquota de ICMS para energia, combustíveis, telecomunicações e transporte.
Essas duas medidas podem aliviar o IPCA em até 1,7 ponto percentual.
Com isso, os juros futuros ontem caíram, o dólar chegou a furar os R$4,80 na minima e o IBOV retomou os 110 mil pontos.
O problema é que as preocupações com a inflação, não só aqui, mas nos EUA ainda continuam firmes e os indicadores ainda não apresentaram acomodações que sejam suficientes para o mercado começar a precificar uma queda dos juros.
Ontem, o ITAÚ elevou a projeção da inflação desse ano de 8,1% para 9%, e do ano que vem, de 4,6% para 5,3%.
Só para lembrar a todos vocês… a META do CMN é de um inflação a 3,50% em 2022 e o itaú está projetando 9%.
Tudo isso tem quatro grandes influências: a desaceleração da China, a guerra na Ucrânia; a inflação global seguida de aumento dos juros e as eleições no segundo semestre de 2022.
Bovespa:
Hoje há uma certa ansiedade pela abertura dos mercados com a mais nova interferência na Petrobras, apesar do otimismo de ontem com a China ter feito a bolsa trabalhar em alta forte.
Logo depois de o BC Chinês ter cortado os juros para responder aos impactos do lockdown, a mídia estatal informou que Pequim pretende lançar um pacote de estímulos para a economia. Isso derrubou o dólar e os juros futuros.
O que pegou bem ontem também para os mercados, foi o comentário de Biden, de que irá debater em breve a possibilidade de retirar algumas tarifas de importação de produtos chineses, que foram impostas durante o governo Biden, amenizando a Guerra Comercial entre os dois países.
Na expectativa de que o consumo volte ao normal, o Minério de Ferro subiu mais de 4% e fez o IBOV fechar em 1,71% de alta, aos 110.345 pontos, com volume baixo, de 26 bilhões e fluxo estrangeiro ainda em queda.
Petrobras também subiu forte ontem quase 4%, mas foi uma alta no vácuo das negociações, uma vez que o petróleo permaneceu em alta leve de 0,77%.
Além de VALE e PETRO, os bancos também ajudaram na alta ontem: todos fecharam em alta, com destaque para o itaú com 2,59% de alta.
Dólar
Mesmo com todas as adversidades, o dólar continua furando os pisos e ontem voltou para a faixa dos R44,80, com ajuda da China.
Se a queda é sustentável, muita gente achar que não, porque a qualquer momento os negóicios podem voltar a sentir os choques dos ruídos internos e venha na busca de proteção novamente.
Os sinais de estímulos na China favorecem as moedas de países exportadores de matérias-primas, como o Brasil, e a valorização do Euro com o BCE mais agressivo derrubou o dólar em escala global. O Dólar futuro fechou em queda de 1,39% a R$4,82.