Política:
Ontem à noite o presidente Jair Bolsonaro deu uma entrevista ao FLOW PODCATS com uma duração superior a 5 horas. O presidente não deixou nenhum assunto de fora da pauta, o que achei interessante e responsável de ser feito, afinal de contas ele é candidato à presidência e deve prestar esclarecimentos sobre o que já foi feito e também sobre as suas intensões.
Ele voltou a mencionar o “lucro exorbitante da Petrobras”, mas descartou mudanças na política de preços. Outra sinalização importante foi a promessa de manter os impostos federais dos combustíveis zerados no ano que vem.
Sobre o teto de gastos, admitiu tê-lo furado, mas com responsabilidade e disse que não vai dar pedalada fiscal, o que é o mínimo de se esperar.
Ainda na política, o governo começa a pagar hoje o auxílio Brasil turbinado de R$600, o valor-gás de R$110 e o voucher-caminhoneiro de R$1.000, o que deve render algum capital político para as eleições.
Última pauta da política, pra deixar o brasileiro com mais uma pitada bem salgada de revolta, é que os ministros do STF estão pedindo reajustes salariais em quase 20% para um piso de R$46,3 mil. O judiciário brasileiro é verdadeiro um Palácio de Versalhes!
Economia:
Já saiu hoje a ata do COPOM com o detalhamento dos motivos que fizeram o BC alterar o período do horizonte relevante da política monetária, que abandonou o calendário de 2022 para dar ênfase à inflação acumulada em 12 meses até o 1ºTRI 2024, ou seja, de março 2023 até março de 2024.
Para esse cenário, o BC projeta uma meta de inflação de 3,5%.
Foi essa alteração que fez o mercado praticamente zerar as apostas de uma alta adicional dos juros nas próximas reuniões desse ano, terminando a Selic em 13,75%.
Com esse cenário de juros mais baixos que o esperado e o exterior mais leve, a curva de juros devolveu bastante prêmio.
Outro fator que pode fazer a curva de juros entregar mais prêmios é o leilão de tesouro IPCA+ hoje que o governo irá fazer para 2025, 2032 e 2045, que têm grandes expectativas de oferta diante da demanda maior do mercado.
Ou seja, boa parte do mercado já está se travando para longo prazo. Mas, por que? Para ganhar na marcação à mercado daqui poucos anos.
Ainda na economia, hoje sai o indicador de inflação do mês de Julho, que muito provavelmente será negativa em 0,66%, segundo a mediana da Broadcast.
Se a leitura confirmar as estimativas, será a maior deflação da história do Plano Real!
As apostas para a deflação vão de -0,45% a -0,88%.
Em entrevista ontem à noite ao FLOW PODCAST, o presidente Bolsonaro disse que a deflação será de mais de 1%.
Mesmo com essa deflação sendo forjada por desonerações fiscais temporárias, os números animam os mercados e impulsiona os investimentos em renda variável no curto prazo.
Provavelmente, os setores de serviços e alimentos ainda podem continuar pressionando a inflação, mas os preços administrados e que têm mais impacto, como energia elétrica, transporte e combustíveis, devem vir com forte deflação.
Se o mercado ignora os efeitos a partir de janeiro de 2023, de uma possível retomada da inflação, você, investidor, não pode ignorar. Fique atento com a sua carteira para não deixar dinheiro na mesa no ano que vem!
Internacional:
Nos EUA, o payroll forte de sexta-feira não só resgatou as expectativas de que o FED possa dar uma alta maior nos juros, mas também afastou os receios de uma recessão da economia, projetando ainda uma demanda mais robusta pelas commodities.
A expectativa agora é para os dados de inflação ao consumidor e ao produtor que saem amanhã e quinta-feira, respectivamente.
Bovespa:
Com a queda da curva de juros, alimentada pela entrada de fluxo estrangeiro, a bolsa brasileira se mantém firme no movimento de alta.
Ontem, o IBOV movimentou quase R$30 bilhões, com 1,81% de alta fechando aos 108.402 pontos.
O mercado sabe que o ciclo de aperto nos juros está no fim;
Deflação antecipada e possível recorde no índice alivia os mercados;
Fluxo estrangeiro voltando faz o investidor local se sentir mais seguro para retomar na renda variável; e
O payroll de sexta-feira fez os investidores mudarem sua visão em relação à recessão nos EUA.
Esses 4 pontos, juntos, é que fizeram a bolsa sair dos 96 mil pontos e buscar os 108 mil, foi um resultado de praticamente a Selic dos próximos 12 meses interiores em menos de 2 meses na bolsa.
Petrobras subiu forte aqui, e lá fora, seguindo a alta do Petróleo e a busca pelos dividendos, inclusive têm muitas operações estruturadas muito interessantes para o papel no momento, tanto pra quem já possui Petro na carteira quanto pra quem ainda não tem Petrobras e quer aproveitar os dividendos até sexta-feira, que é a data limite.
Se você estiver interessado, fale com a gente, manda mensagem aqui no Chat que podemos te ajudar nisso.
Além do petróleo, o minério de ferro também testa uma recuperação, bem naquela oscilação que já comentamos aqui… Sobre muito em um dia e cai muito no outro. De qualquer forma, essa semana já acumula uma alta de mais de 5%, o que fez os papeis da VALE e do setor de materiais básicos seguirem em movimento de alta.
Os bancos também subiram ontem, em especial o Itaú que foi impulsionado pelo resultado acima do esperado pelo mercado, mesmo em um cenário mais desafiador em relação aos juros e inadimplência.
Outro setor que têm se favorecido da queda da curva de juros é o de varejo: empresas mais voláteis, como Magalu, Via, Mercado Livre, etc… Já subiram mais de 50% em 2 meses.
Dólar
No dólar, não era de se esperar outra coisa além de uma queda considerável.
O Dólar caiu 1,03% ontem, cotado a R$5,11 influenciado tanto pela queda da moeda no cenário internacional quanto com aa alta das commodities e por alguns indicadores econômicos interessantes, como a balança comercial positiva na primeira semana de agosto.
O dólar futuro caiu 1,10% e está cotado a R$5,14.