Café Econômico

Redução de ICMS aprovado

A Câmara dos deputados aprovou ontem o projeto de lei que limita a alíquota do ICMS para combustíveis e energia elétrica em 17%.  

Política: 

A Câmara dos deputados aprovou ontem o projeto de lei que limita a alíquota do ICMS para combustíveis e energia elétrica em 17%.  

DE última hora, foram inclusos querosene de aviação, transporte coletivo e telecomunicações, mantendo a compensação a Estados e municípios quando a queda de receita superar 5%. 

Esse acerto será feito por meio de abatimento da dívida dos entes com a União por u período de seis meses. 

A aprovação do limite de ICMS era aguardada com expectativas no mercado de juros, pelo importante alívio inflacionário que deve representar, em torno de 1,5 ponto percentual no IPCA. 

O problema é a questão da compensação aos Estados e caráter eleitoreiro… A urgência de medidas para conter a inflação e preservar as chances de reeleição de Bolsonaro estão simplesmente empurrando os problemas para o ano que vem. O governo não está aprovando essa redução de imposto porque é boa para a população, mas sim para conseguir atenuar a inflação e garantir a eleição de 2022.  

A votação foi aprovada por 403 votos a favor! Se cerca de 80% da Câmara ou mais são candidatos à reeleição, fica mais bonito, é mais interessante, para eles falarem que votaram na a favor da redução do ICMS dos combustíveis do que quantificar essa redução em si. 

Inclusive, a própria oposição votou a favor do projeto e deixou para o presidente se explicar como que a inflação vai cair com a redução do ICMS. Então isso tudo é mais uma jogada política do que uma questão econômica ou social.  

A mesma coisa acontece com essa vontade de congelar a todo custo os reajustes da Petrobras. 

Ontem, depois de uma reunião que durou o dia todo, o Conselho de Administração da Petro decidiu aguardar algumas etapas que precisam ser cumpridas para a troca do presidente antes de convocar a AGE para eleger novos membros. 

Basicamente o que o Conselho fez foi colocar um freio no Bolsonaro. 

José Mauro Ferreira vai continuar então como presidente da empresa até que seja feita a Assembléia Geral Extraordinária, o que abre portas para que novos reajustes sejam feitos, sobretudo da gasolina que não foi reajustada com o diesel. 

Na Eletrobras, devemos ter essa semana oferta de ações do governo para o mercado, diminuindo a participação estatal em até, no máximo, 45% da empresa, retirando o controle dela.  

Devem ser ofertadas ações detidas pelo BNDES, finalmente diminuindo o tamanho do Banco que financiou a juros baixíssimos o maior plano de desigualdade social que esse país já viu, entre 2010 e 2015 com as “Campeãs do Brasil”… Empresas selecionadas por políticos para receberem financiamento barato e crescerem, baseados em critérios pouco transparentes e que não fazem sentido econômico nenhum. 

Para quem tiver interesse no assunto, fica a dica de leitura do licro “Crônicas de uma crise anunciada” 

 de Paulo Fragelli e Pedro Cavalcanti. 

Ainda falando de política… Bolsonaro sancionou sem vetos a lei que criou as regras para o PRONAMPE, programa de apoio às pequenas e microempresas, e deve abrir linhas de crédito de até R$50 bilhões. 

Hoje temos DataFolha.. O último levantamento indicou Lula com 43% dos votos e Bolsonaro com 26%. Provavelmente não terá grandes alterações nesses dados. 

Economia: 

O mercado desconfia que o ajuste do ICMS não vai resolver muito a vida do BC, mesmo que a inflação reduza. A impressão é que o BC tenha estender o ciclo de juros altos por mais tempo para responder à inflação também de 2023, mas o DI futuro pode reagir bem no dia de hoje. 

A inflação esperada para 2022 por algumas casas de análise já ultrapassa os 9%, como é o caso do BTG Pactual. 

Já faz nove meses que a inflação acumulada em 12 meses roda acima dos 10%… O que causa certa “estranhesa” pelo mercado, uma vez que a Selic elevada ainda não foi capaz de mostrar controle visível da inflação e do ritmo da atividade.  

Ontem, os juros futuros de curto e médio prazos, o dólar e a bolsa exibiram reação morna ao alívio da ata do FED, que não cogitou recessão e nem 0,75% de aumento nos juros. 

Internacional: 

Nos EUA. A leitura do PIB do primeiro trimestre veio em -1,3%, sendo que o 4º TRI de 2021 já tinha sido -1,4%. Ou seja… Aquele assunto de recessão merece atenção! 

Porém, como o FED não cogitou recessão e nem juros acima de 0,5bb na ata, o mercado internacional foi bem: Dow Jones subiu 0,60%, SP 0,95% e Nasdaq 1,51%. Enquanto os jutos de 2anos caíram levemente. 

Na China, Pequim intensificou as medidas restritivas contra a covid, punindo empresas que desrespeitarem regras. 

A Rússia já pode ter entrado em default em parte da sua dívida emitida em moeda estrangeira, essa afirmação foi feita por detentores dos títulos de dívida do país que não receberam os juros acordados de apenas 1,9 milhão de dólares. 

Bovespa: 

O IBOVESPA à distancia o timismo de NY com a ata sem sustos do FED. O volume foi baixo ontem, 23 bilhões, e faltou ânimo para a bolsa que fechou aos 110.579 pontos. 

Mas o fluxo de segunda-feira foi positivo em 680 bilhões de entrada de capital estrangeiro na B3. 

Os vilões do dia de ontem foram os Bancos que caíram em bloco, contrabalanceando os ganhos das ações de commoditites que surfam na expectativa de aumento de atividade na China. 

Tanto VALE quanto PETRO subiram ontem e fecharam positvas. 

Dólar 

Mesmo com a ata do FED mais light e favorável ao fluxo para emergentes, uma vez que não estimou grandes aumentos de juros, o câmbio não esboçou nenhum otimismo… A moeda até chegou a subir até R$4,86 na máxima antes de fechar a 4,82 em leve alta de 0,19%. 

No mercado futuro, o fechamento foi em R$4,83 , estável em 0,01% de alta. 

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