Política:
Temos uma peça de ficção sendo construída no governo!
No fim de agosto, o governo terá que enviar ao Legislativo o projeto de lei do Orçamento de 2023 prevendo o retorno do piso do Auxílio Brasil de R$600 para R$400.
Adriana Fernandes, do Estadão, diz que não haverá tecnicamente outra saída para o Ministério da Economia na elaboração do Orçamento do ano que vem, porque o teto de gastos é uma regra constitucional que ainda está em vigor.
Embora, ao menos, por ainda estar em vigor, pode ser, muito remotamente, que o desrespeito ao teto de gastos de 2023 seja visto como Irresponsabilidade Fiscal e freie os gastos do governo. Apesar de as chances de isso acontecer serem mínimas, é melhor ter, do que abandonar o teto de gastos.
O problema é ambos os candidatos à presidência já estudam manter os R$600 permanentemente, e não há espaço para o orçamento, pois o programa anual teria que subir de R$89 bilhões para R$150 bilhões.
De qualquer forma, para manter esse auxílio brasil elevado terá que passar por mudanças no teto de gastos ou por um novo arcabouço fiscal, dependendo do presidente.
Internacional:
Banco Central Europeu deve subir os juros hoje em 0,25%.
Essa mudança na política monetária na zona do euro não indica apenas um reflexo do cenário inflacionário no mundo, mas traz vários desafios… Receio de impactos maiores em função da guerra na Ucrânia, risco de racionamento de energia, fragilidade da economia, as projeções de recessão e um crise política na Itália.
Com isso, se a Rússia realmente corta ou diminui ainda mais a exportação de gás para a Alemanha, a Europa pode entrar em uma recessão grave, pois a gente veria uma escalada da inflação e PIB negativo. Apesar de Putin dizer que honrará seu compromisso, ele faz exigências.
Causa mais desconforto ainda a intensão manifestada de Putin de anexar outros territórios ucranianos, oq eu pode gerar reações mais fortes do Ocidente.
A questão do Gás é bem complexa, pois se a Europa deixa de receber, é recessão certa; se a Rússia deixa de exportar é uma queda de arrecadação imensa e que irá prejudicá-la em todas as pontas, inclusive no financiamento da guerra na Ucrânia.
Com todo esse risco, a Europa estuda um plano para reduzir o consumo do gás Russo em 15%… O movimento de aversão ao risco se disseminou principalmente no câmbio, vendo uma desvalorização significativa do euro nos últimos meses.
E pensar que boa parte dessa crise energética é culpa da própria Europa, especialmente da Alemanha, que colocaram em prática de forma extremamente irresponsável uma agenda progressista e ambientalista para acabar com a energia nuclear sem desenvolver outra forma independente de geração de energia, recorrendo então à Russia, não como uma forma de “aliança”, mas de dependência completa da sua economia, bem estar da população, previsibilidade.
Enfim… Mais uma vez o governo tomando decisões que parecem ser muito bonitas, muito íntegras, como uma espécie de povo evoluído frente às outras nações… Mas agora a gente vê as consequências graves desse tipo de política. E na época o mundo interior aplaudiu a Alemanha, hoje, acho que ninguém está aplaudindo mais.
Bovespa:
A bolsa brasileiro se sustentou bem ontem, apesar de todo esse cenário político e internacional conturbado.
O IBOV ficou estável em 0,04% de alta nos 98.286 pontos. O volume ainda continua baixo, em 22 bilhões, mas bem melhor do que nos dias anteriores.
A VALE fechou em queda de 2,16%, refletindo os resultados operacionais abaixo do esperado e um guidance/perspectiva mais conservadora. Ainda, o minério de ferro, que subiu 1,52% ontem continua abaixo dos 100 dólares a tonelada e mostra alta volatilidade… Derrete em um dia e, no outro, testa uma reação.
Já as demais siderúrgicas foram na onda do minério de ferro e fecharam em alta.
A Petrobras fechou estável em queda de 0,03% e conseguiu resistir à piora do petróleo que sentiu a pressão de um dólar mais valorizado… O Brent caiu 0,4% fechando em 106,92 dólares o barril.
Depois de uma longa escalada dos juros, ontem foi dia de correção na curva, o que deu fôlego para as empresas mais cíclicas:
Locaweb subiu 15,54%
Via +12,99%
Magalu +10,04%
Petz +9,64%
CVC +7,18%
Dólar
Com a crise na Europa, e os problemas fiscais brasileiros, o dólar subiu forte ontem no mundo e aqui também:
O dólar à vista subiu 0,74% fechando a R$5,46 e o dólar futuro subiu 1,08% a R$5,48 buscando os R$5,50.
Com os problemas internacionais e inflação, o euro fechou em US$1,01 dólar, ou seja, comparativamente, caso você queira fazer uma viagem internacional faz mais sentido ir para a Europa do que para os Estados Unidos.
O ponto negativo é que nosso governo gasta muito dinheiro, e o real continua desvalorizado, com o dólar/euro valendo na cotação turística R$5,50.