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Política:
O retorno do congresso se dá no mesmo ambiente de tensão que terminamos a semana passada.
Reforma Tributária:
Arthur Lira resgata pauta das reformas com o objetivo de colocar em votação o projeto do Imposto de Renda, o qual é apontado como o maior risco fiscal para a contas públicas, dado que o relator e o ministro Paulo Guedes podem ter cedido demais. A correria para aprovar o projeto pra que o novo Bolsa Família seja anunciado em até novembro desse ano, pode fazer com que algumas cláusulas passem na reforma sem a devida atenção, como o aumento da faixa de isenção dos dividendos e a extensão para empresas dos Simples.
Os investidores como um todo já não estavam gostando da ideia de sair da reforma tributária o financiamento para o Bolsa Família, e gostou menos ainda, quando o Paulo Guedes disse na sexta-feira que há a possibilidade de despesas inesperadas de até R$30 bilhões para pagar o benefício. E foi aí que ele cogitou mudar as regras no pagamento dos precatórios, o que pegou muito mal.
CPI do Covid
Além disso, a CPI da COVID retoma sua agenda de depoimentos, com uma possível convocação do ministro da Defesa, general Braga Neto, para depor. O general entrou na mira da CPI por assinar uma nota criticando a declaração do presidente da comissão, Omar Aziz, sobre o envolvimento do “lado podre” das Forças Armadas nas “falcatruas” do governo. O ministro da Defesa conseguiu piorar o clima político ao ameaçar impedir as eleições de 2022 se a PEC do voto impresso não for aprovada. Em Brasília, São Paulo e Salvador, manifestantes protestaram contra o sistema de voto por Urnas Eletrônicas.
Fundão Eleitoral
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, enviará hoje para a sansão presidencial o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), com isso, Bolsonaro terá até o dia 23 para dar o seu parecer em relação ao aumento do fundo eleitoral.
Petrobrás
No sábado, com nova mensagem intervencionista, Bolsonaro diz que a Petrobrás possui R$ 3 bilhões para custear um programa “vale-gás” para a compra de botijão de gás de cozinha pela população mais carente.
A empresa, ainda nesse final de semana, divulgou nota dizendo que “não há definição” quanto à implementação e montante de participação em eventuais novos projetos sociais pelo governo.
Com tudo isso, podemos ver a nossa bolsa cair mais um pouco no dia de hoje, ampliando a queda da semana passada.
Economia:
Banco Central deve aumentar o juro em 1 ponto percentual na próxima reunião, depois de amanhã (próxima quarta-feira, 04/08), elevando a Selic de 4,25% para 5,25%.
Bradesco e Itaú, que antes tinham uma projeção de Selic a 6,50% no final de 2021, elevaram suas expectativas para 7,0% e 7,5% respectivamente.
A justificativa do aumento vem da expectativa de aumento inflacionário, que pode chegar a 7% no ano, deixando uma herança inflacionária para 2022, horizonte relevante de política monetária, e desperta um maior conservadorismo do Banco Central.
Esse cenário fiscal conturbado, precificou as taxas de juros futuras para patamares relevantes. Na curva curta, passou a cotar em 7,81% e na curva longa (fechamento para 2027), passou a precificar um juro de mais de 9%.
Internacional:
Nessa sexta-feira teremos Payroll que recebe uma relevância maior em função do momento em que o FED já reconhece que o TAPERING está no horizonte. Apesar de ainda continuar com os estímulos, expectativa é que já em 2022 inicie o processo de parada de recompra dos títulos públicos. Fator que ainda beneficia o fluxo monetário para países emergentes.
Hoje lá nos EUA também sai o PMI, indicador de atividade industrial, relevante nesse momento de discussão inflacionária.
Bovespa:
I IBOV caiu forte na sexta-feira, 3,08% de queda e com um volume bem elevado de R$38 bilhões. Bem acima do que vinha negociando no mês, na casa de 23 bilhões.
Além dos problemas internos, a queda de mais de 7% no minério ampliou as quedas aqui, com VALE caindo 5.89%.
O IBOV fechou nos 121.800 pontos.
Na Bovespa os Balanços continuam. Hoje teremos Itaú, depois do fechamento, com expectativa de um lucro líquido na casa dos R$6 bilhões. Amanhã é a vez do Bradesco e na quarta-feira, Banco do Brasil. Também na quarta teremos Petrobras, Guerdar, Brasken, BR Properties e TOTVS.
Na sexta-feira também tem o IPO da Raízen, tão aguardado no noticiário corporativo.
Dólar
Com todo o estresse político vivido na sexta-feira, o dólar, na etapa estendida do pregão chegou a entrar em leilão. A moeda americana seu um salto e fechou acima dos R$5,20 com 2,57% de alta. Com isso, o fechamento da PTAX foi positivo para os compradores, cotada a R$5,12.
No mês, o dólar teve uma valorização de 4,76%, enquanto no ano, acumula uma alta de 0,41%.