Política:
Ontem à noite um decreto presidencial reajustou as tarifas de IOF tanto para pessoas físicas quanto para jurídicas a fim de bancar os gastos com o Bolsa Família. O anúncio antecipou uma arrecadação de 2,14 bilhões, informando que a alteração temporária vigorará entre 20 de setembro e 31 de dezembro de 2021.
Para PJ o IOF subirá 1,50% ao não para 2,04%.
Para PF, sai de 3% ai ano para 4,08%.
A Lei de Responsabilidade Fiscal diz que para cada novo despesa permanente do Governo, deve haver uma fonte de custeio. Porém, a fonte nesse caso é temporária e para 2022 ainda não se sabe o que será feito para custear o Auxílio Brasil.
Como a reforma do IR foi aprovada na câmara com a tributação de 15% sobre lucros e dividendos, mas está emperrada no Senado e corre o risco de não passar, temos a possibilidade de que o aumento temporário do IOF se torne permanente.
E essa é a segunda vez que o governo aumenta os impostos para bancar interesses eleitoreiros de Bolsonaro. A primeira vez foi com o aumento dos impostos sobre os bancos para permitir a desoneração do Disel aos caminhoneiros.
E por que o governo tem feito isso? Simples!
O Datafolha de ontem mostrou reprovação recorde no governo, de 53%. Agora fica fácil de entender o porquê de tantas medidas populistas.
O governo ainda tem na manga a PEC para tirar os precatórios do Teto de gastos. Estima-se que o Bolsa Família, que hoje tem um custo de 35 bilhões, venha a custar 60 bilhões com um tíquete médio de R$300 para 17 milhões de famílias
PETROBRÁS
O presidente da câmara, Arthur Lira, voltou a criticar a Petrobras ontem. Segundo ele, ela deve esclarecimentos principalmente para o preço do Gás e disse:
“Não é possível não termos condições de uma política mais justa para poder dividir com o povo brasileiro um pouco da riqueza da empresa”.
E o investidor, é claro, responde às declarações vendendo o papel.
Economia:
Inflação para 2021 é revisada para cima. Passou de 5,90% para 7,50%. Essa alta inflacionária vai continuar puxando nossos juros para cima e também fazer nosso PIB ser menor, inclusive já é precificado abaixo de 1%.
Enquanto isso, o mercado pressiona e critica o Banco Central pelo todo atraso no aumento dos juros e que fica economizando no aperto monetário.
Internacional:
Minério de ferro cai 8% ontem e joga as mineradoras e siderúrgicas para baixo.
Essa queda no minério de quase 50% do topo à cotação atual mostra a situação atual da China com uma redução na produção do aço e uma crise de liquidez enfrentada pela incorporadora Evergrande.
Nos EUA dados forte do varejo mexeram na coação das bolsas, porém o aumento dos pedidos de seguro desemprego superaram o consenso sinalizando que a situação do mercado de mão-de-obra ainda enfrenta muitas dificuldades.
Bovespa:
IBOV ontem fechou negativo em 1,10% puxado principalmente pela vale que caiu 4,15%. Queda essa que veio em função do minério de ferro e puxou outras siderúrgicas junto.
VALE anunciou ontem um dividendos de R$8,10 por ação, isso é quase 10% da cotação atual do papel. Esse dividendo representa R$40 bilhões de lucros que serão divididos com os acionistas. No after market de ontem, as ADRs subiram 2,15%.
Apesar de o minério ainda estar em queda, os papeis da VALE podem ter uma grande valorização hoje em função disso.
Dólar
No câmbio, o dólar seguia a tendência de alta no exterior, com investidores reagindo ao dado forte do varejo nos EUA e busando segurança diante dos rumores sobre o risco de calote da chinesa Evergrande. Com isso, o dólar subiu 0,53% a R$5,26.